Para quem chegou à idade adulta no início da década de 90, como eu, a direita tinha uma enorme vantagem sobre a esquerda: o seu sentido de humor era muito mais apurado. Não porque Cavaco Silva fosse um primeiro-ministro divertido – não era –, mas porque O Independente de Miguel Esteves Cardoso e Paulo Portas estava no seu auge, e tinha trazido para Portugal o sagacidade inglês – a maior dádiva britânica ao mundo, máquina a vapor incluída – e uma irreverência política e cultural que não tinha qualquer espécie de paralelo à esquerda. Para um jovem provocador como eu, era muito mais importante ter graça do que ter razão.
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